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Leia mais: Presidência do CES-RJ faz reunião virtual com presidentes de conselhos municipais de saúde

Dando continuidade às ações de aproximação do Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro com os municípios, a presidência do CES iniciou hoje (10) uma série de reuniões com os presidentes dos conselhos municipais de saúde. Em pauta, a situação da Covid-19 nas nove Regiões de Saúde do estado e as ações que estão sendo implementadas pelos gestores locais, além das as iniciativas do controle social no acompanhamento da pandemia.

Cada presidente pôde informar sobre a situação vivida em cada conselho e município, com as dificuldades enfrentadas, como estão sendo destinadas as verbas repassadas pelos governos estadual e federal, o número de leitos ocupados e a quantidade de casos de Covid-19 e o número de óbitos, dentre outros assuntos. As ações dos CMS enquanto controle social também foram informadas pelos presidentes. A presidência do CES, dessa forma, teve a oportunidade de ouvir as demandas de cada um para dar orientações pertinentes. As propostas e solicitações de cada município serão analisadas pela Comissão Executiva do Conselho Estadual de Saúde.

As Regiões Serrana e Baixada Litorânea foram as duas primeiras a participarem das reuniões, que são realizadas por meio do aplicativo de videoconferência 8×8 Meetings. Conselhos de Nova Friburgo, São Sebastião do Alto, Bom Jardim, Carmo e Sumidouro representaram a Região Serrana, na parte da manhã. À tarde, a Região da Baixada Litorânea teve a representação de Arraial do Cabo, Araruama, Armação de Búzios, Casemiro de Abreu, Iguaba Grande, Rio das Ostras e Saquarema. Alexandre Vasilenskas e Solange Belchior, presidente e vice-presidente do CES, respectivamente, conduziram o encontro.

No próximo dia 17, será a vez das Regiões Metropolitana I e II.

Daniel Spirin Reynaldo/Ascom CES-RJ

Leia mais: Nota do CES-RJ contra a demissão de 450 contratados temporários dos hospitais federais do Rio de...

Nota do Conselho Estadual de Saúde

 

O Conselho Estadual de Saúde do Estado do Rio de Janeiro vem a público se posicionar contra as 450 demissões dos contratados temporários dos hospitais federais do Rio de Janeiro.

As demissões dos trabalhadores são injustificáveis neste grave quadro em que se encontra a rede ederal no estado, em razão do enorme déficit de pessoal, o que vem limitando a prestação de serviços à sociedade.

Em um momento em que os números de óbitos apontam a ascensão da curva de contágio, todo dia superando o dia anterior, demonstrando ainda um forte avanço da doença em nosso país, o Rio de Janeiro ostenta a infeliz posição de 2° estado em número de óbitos.

Assim sendo, apontamos a necessidade dos atuais contratos temporários, bem como, da realização de concursos públicos para a recomposição da força de trabalho das unidades da rede federal para que possam cumprir a sua missão em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS).

ALEXANDRE VASILENKAS

Presidente do Conselho Estadual de Saúde.

Rio de Janeiro, 09 de junho de 2020

Leia mais: Carta do Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro

Em Reunião Extraordinária virtual do Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, realizada hoje, o Colegiado aprovou a seguinte carta relativa à situação da pandemia do novo coronavírus no Brasil.    

CARTA DO CONSELHO ESTADUAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO

 

O Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro vem a público expressar sua indignação com os recentes acontecimentos em nosso estado e no país.

 

O governo federal resolveu assumir de vez uma postura de genocídio em relação à sua própria população. Não há outro termo para descrever o conjunto de atos coroados com a tentativa criminosa de ocultar os dados oficiais sobre a pandemia de covid-19.

 

Caminhamos aceleradamente para sermos o pior exemplo mundial de catástrofe no trato da doença. Países mais pobres e tão numerosos como Índia e Vietnã desmentem os argumentos populacionais para o desastre.

 

O governo entrega-se a delirantes discursos negacionistas e politiza de maneira inédita o uso ou não de certos medicamentos. Redes socias substituíram a literatura científica em tal tarefa.

 

Esperamos que o Tribunal de Haia seja o destino dos responsáveis por atual situação.

 

À nossa população – de maioria pobre e negra – foi negado o direito a proteção da quarentena. Não foram sequer tentadas as medidas econômicas que mundialmente salvaguardaram as medidas sanitárias. Autônomos, desempregados e pequenos e médios empresários tiveram que escolher entre o colapso econômico e a doença.

 

A ajuda emergencial (garantida pela oposição) foi ofertada de forma caótica e incompetente, contribuindo para aglomerações, e até hoje não inteiramente paga.

 

O direito ao lucro imediato e a manutenção dos preceitos ultraliberais foram sobrepostos ao direito à vida.

 

No plano estadual a situação não é melhor.

 

O que no início aparentava ser uma gestão que seguia o aconselhamento técnico no trato da pandemia demonstrou sucumbir a velhos hábitos: as já lamentavelmente conhecidas “organizações sociais” foram alvos de denúncias graves que já produziram as tristes e, também conhecidas, rodadas de prisões de gestores. Assim como a “fila única”, que garantiria o acesso igualitário ao tratamento hospitalar, segue não sendo cogitada.

 

Nessa última semana governo federal, estado e o município da capital unem-se na opção estapafúrdia de sair oficialmente da quarentena (que já não vinha sendo obedecida e garantida) em plena curva ascendente da epidemia.

 

Gostaríamos de deixar claro para a população fluminense que, enquanto controle social, sempre nos posicionamos na contramão dessa opção deliberada pela morte. Não fomos ouvidos e aparentemente só faremos parte do “gabinete de crise” se houver pressão judicial nesse sentido.

 

O Sistema Único de Saúde é uma das maiores conquistas civilizacionais da sociedade brasileira.

 

Essa crise provou sua importância. Somos parte dele como seu elemento democrático de controle da gestão.

 

Ainda há tempo de remediar o crime sanitário que estamos assistindo. O SUS e o controle social fazem parte da solução.

 

ALEXANDRE VASILENSKAS

Presidente do CES-RJ

 

Rio de Janeiro, 09 de junho de 2020

 

Leia mais: CES-RJ subscreve documentos do CNS relativos à pandemia

A Comissão Executiva do Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, em sintonia com as análises e recomendações do colegiado do Conselho Nacional de Saúde referentes à pandemia do novo coronavírus, subscreveu diversos documentos da entidade nacional no que tange ao enfrentamento da pandemia. São eles:

1 – Campanha do CNS para a unificação de todos os leitos de UTI (fila única),

2 – A recomendação de medidas para garantir uma produção sustentável, distribuição e doação de alimentos, com respeito à natureza e aos direitos dos agricultores familiares, povos indígenas e povos e comunidades tradicionais. BAIXE

3 – A recomendação para ações relativas à saúde do povo Cigano/Romani no contexto da pandemia da Covid- 19, provocada pelo novo coronavírus, SARS-CoV-2. BAIXE

4 – A recomendação da implementação de medidas de distanciamento social mais restritivo (lockdown), nos municípios com ocorrência acelerada de novos casos de COVID-19 e com taxa de ocupação dos serviços atingido níveis críticos. BAIXE

5 – A recomendação ao Congresso Nacional a tramitação em regime de urgência dos projetos de lei 1267/2020, 1291/2020 e 1444/2020, que estabelece medidas emergenciais de proteção à mulher vítima de violência doméstica durante a emergência de saúde pública decorrente da pandemia do coronavirus. BAIXE

6 – A recomendação ao Ministério da Saúde a inclusão das Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPI) na portaria nº 492/2020, que instituiu o programa “O Brasil conta Comigo”. BAIXE

7 – A recomendação aos Governadores Estaduais e Prefeitos Municipais o estabelecimento de medidas emergenciais de proteção social e garantia dos direitos das mulheres. BAIXE

8 – A recomendação medidas prioritárias para trabalhadoras e trabalhadores dos serviços públicos e atividades essenciais, nas ações estratégicas do Ministério da Saúde. BAIXE

9 – A recomendação de medidas de transparência na divulgação dos dados estatísticos e notificações compulsórias dos agravos em saúde do/a trabalhador/a devido ao COVID-19. BAIXE

O CES-RJ também subscreveu a nota da Rede Brasileira de Inclusão
da Pessoa com Deficiência – Rede-In, cujo tema é Todas as Pessoas Importam que alerta as autoridades públicas sobre o risco de exclusão no atendimento a pessoas com deficiência, na pandemia de Covid-19. BAIXE.

Daniel Spirin Reynaldo/Ascom CES-RJ

 

Leia mais: Decreto do governo do RJ afasta Iabas da gestão dos hospitais de campanha do estado

Entrada do Hospital de Campanha de São Gonçalo — Foto: Reprodução/TV Globo

No G1:

Contrato da Organização Social Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) com a Secretaria Estadual de Saúde será rescindido. Fundação Estadual de Saúde será responsável pela conclusão das obras e gestão das unidades.

O governador Wilson Witzel (PSC) assinou, no final da noite desta terça-feira (2), um decreto afastando a Organização Social Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) da construção e gestão dos sete hospitais de campanha do estado. O motivo para a decisão foi o atraso para a conclusão das obras dessas unidades.

De acordo com o decreto, as unidades exclusivas para o enfrentamento da Covid-19 serão controladas pela Fundação Estadual de Saúde, que deverá assumir a conclusão das obras dos hospitais ainda não concluídos e a gestão de todas as unidades de saúde temporárias.

O documento autoriza a rescisão do contrato entre a Iabas e a Secretaria Estadual de Saúde.

A Fundação Estadual de Saúde deverá requisitar os bens e serviços necessários ao combate à pandemia do novo coronavírus.

A Secretaria de Saúde do RJ também está autorizada a aplicar sanções e adotar outras medidas para resguardar e ressarcir o patrimônio público, inclusive, buscando a Justiça para bloquear bens e serviços da organização social.

Suspeita de fraude

O governo do estado anunciou R$ 1 bilhão para o combate à Covid-19. A maior parte desse orçamento — R$ 836 milhões — foi destinada para o Iabas em contratos emergenciais, sem licitação, para hospitais de campanha.

Foram prometidas sete unidades em pleno funcionamento até o dia 30 de abril, mas nenhuma foi aberta no prazo.

A empresa é investigada pela Polícia Federal por possíveis fraudes nos contratos envolvendo os hospitais de campanha.

A Operação Placebo, deflagrada no último dia 26, cumpriu 12 mandados de busca e apreensão — um deles no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador Wilson Witzel, e outro na casa dele no Grajaú.

No último dia 27, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) suspendeu todos os pagamentos da Secretaria de Estado de Saúde para a organização social Iabas.

Reunião com a inciativa privada

Na tarde desta terça-feira, uma reunião entre membros da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro, do Iabas e de representantes da iniciativa privada aconteceu para buscar uma solução para o impasse envolvendo os hospitais de campanha. A ideia era transferir a conclusão das obras para empresários do setor da saúde.

No encontro, o Iabas entregou todos os detalhes da operação dos contratos dos hospitais de campanha, dos preços contratados e da infraestrutura instalada.

Segundo nota divulgada à imprensa, os representantes da iniciativa privada pediram sete dias para analisar e definir o formato de ingresso na operação. Contudo, o grupo informou não ser possível assumir os hospitais de campanha antes de pelo menos 30 dias.

 Leia mais: General interino da Saúde extingue serviço do SUS de apoio a presos com transtornos mentais

Em meio à pandemia do covid-19, em pleno dia da Luta Antimanicomial (18 de maio), foi publicada a Portaria do Ministério da Saúde nº 1.325/2020, extinguindo o Serviço de Avaliação e Acompanhamento de Medidas Terapêuticas Aplicáveis à Pessoa com Transtorno Mental em Conflito com a Lei (EAP), do âmbito da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP).

 

A EAP funcionava como mecanismo conector entre o Sistema de Justiça Criminal e a Rede de Atenção Psicossocial no SUS e o SUAS para articulação e concretização dos processos de desinstitucionalização das pessoas com transtorno mental aprisionadas em HCTPs ou alas psiquiátricas em presídios comuns. Ainda, realizava forte e importante engajamento no fechamento das portas de entrada dos manicômios judiciários.

 

A extinção da EAP configura séria fragilização das políticas de saúde mental e discriminação das pessoas com deficiência psicossocial em conflito com a lei, na medida em que as alija ao efetivo acesso ao cuidado por meio do instituto catalizador que era a EAP.

 

Em contraponto à decisão do MS, as Defensorias Públicas do Brasil, por meio do Colégio Nacional de Defensores Públicos Gerais – CONDEGE, em conjunto com mais de 100 entidades subscritoras, se opõe ao ato, ao passo que requerem o seu retorno à Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional.

 

Leia a Nota Técnica do Condege

 

Daniel Spirin Reynaldo/Ascom CES-RJ

Foto: Foto: André Coelho/Agência O Globo

Leia mais: Fiocruz faz 120 anos diante do maior desafio do século 21

O Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro traz um compilado da história da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que hoje completa 120 anos de existência e congratula a instituição, fundamental para o desenvolvimento da saúde pública no Brasil, bem como sua defesa da ciência e da tecnologia aplicadas às necessidades da população e dos povos, além de sua inestimável contribuição para o enfrentamento das maiores calamidades sanitárias da nossa história.

Alexandre Vasilenskas, presidente do CES-RJ

A Fiocruz completa 120 anos nesta segunda-feira (25/5). A data chega no momento em que o Brasil e o mundo enfrentam o maior desafio sanitário, econômico, social, humanitário e político do século 21, a pandemia da Covid-19. Com o nome de Instituto Soroterápico Federal, a instituição foi criada com o objetivo de combater epidemias como a da peste bubônica, da febre amarela e da varíola, que ameaçavam a então capital da República, o Rio de Janeiro.

Conheça a história da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

Mais de um século depois, agora na pandemia do novo coronavírus, a atual Fundação Oswaldo Cruz, maior instituição de pesquisa biomédica da América Latina, continua na linha de frente do enfrentamento das doenças. A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, afirma que “a Fundação, presente em todas as regiões brasileiras, vem se dedicando diuturnamente a apresentar propostas e soluções, a elaborar pesquisas que respondam a perguntas ainda sem resposta, a formular e implantar ações estratégicas de atenção e promoção da saúde, como a construção do Centro Hospitalar para a Pandemia Covid-19, uma ação de referência com o Ministério da Saúde, entre muitas outras iniciativas”. Ela acrescenta que “ao completar 120 anos a Fiocruz reafirma o seu compromisso com o SUS, a grande fortaleza que o Brasil tem neste momento, e que precisa ser fortalecido, e reafirma seu compromisso com ações que se voltem para a defesa da vida e da população”. Nesta segunda-feira, às, 10h, a presidente participará de um debate virtual sobre os 120 anos da Fiocruz e a defesa da vida no canal da Fundação no YouTube, com a presença de representantes de instituições da saúde e da sociedade civil. (Ricardo Valverde/Agência Fiocruz)

Quem foi Oswaldo Cruz?

Eventos que marcaram a história da Fiocruz

Saiba quem foi Sérgio Arouca, um dos principais teóricos e líderes do chamado “movimento sanitarista”, que mudou o tratamento da saúde pública no Brasil. 

Fotos e imagens da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

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Edição: Daniel Spirin Reynaldo/Ascom CES-RJ

Leia mais: UFRJ estima pico da pandemia no início de junho: lockdown é necessário

foto: Ana Marina Coutinho (Coordcom/UFRJ)

Com base em dados gerados por modelo computacional desenvolvido pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ), pesquisadores recomendam lockdown (isolamento/bloqueio total) no estado do Rio, caso não haja uma redução rápida na velocidade de transmissão.

De acordo com os cientistas da UFRJ, o número de infectados no estado poderá chegar a 40 mil no pico da pandemia, previsto para a primeira quinzena de junho. O modelo foi configurado considerando que cada pessoa infectada é capaz de transmitir o vírus para outras 2,46 pessoas em média.

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O estudo inclui somente os casos de COVID-19 confirmados pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio. A pesquisa é coordenada por Guilherme Travassos (Coppe), Roberto Medronho (Faculdade de Medicina/UFRJ) e Claudio Miceli de Farias, (Coppe e Instituto Tércio Pacitti de Aplicações e Pesquisas Computacionais − NCE).

Capaz de calcular diariamente as previsões com base na evolução dos dados notificados e disponíveis, desde o início da pandemia, a ferramenta prevê o número de pessoas que poderão ser infectadas pela doença provocada pelo novo coronavírus, bem como estima o número de óbitos em decorrência da doença no estado do Rio, cuja população é de 17,2 milhões.

“O modelo estima que o número de casos de COVID-19 confirmados no período de pico deverá chegar a cerca de 40 mil casos notificados, levando em conta que apenas 9% dos casos são notificados. O número de óbitos poderá chegar a 30 mil pessoas ao final da pandemia, de acordo com o modelo utilizado, caso se mantenha o cenário atual, no qual apenas cerca de 50% da população fluminense segue as orientações de confinamento”, alerta Miceli.

É preciso ter 800 ventiladores pulmonares novos funcionando

Os pesquisadores defendem lockdown imediato como forma mais eficaz, no momento, para poupar vidas e também evitar o colapso no sistema de saúde. A modelagem indica que, durante o pico, serão necessários 800 ventiladores pulmonares novos funcionando, simultaneamente, sem contar os que já estarão em uso pelos pacientes que adoeceram antes.

Medronho, que lidera o Grupo de Trabalho Multidisciplinar para Enfrentamento da COVID-19 da UFRJ, explica que as medidas de isolamento social adotadas têm contribuído para reduzir o número de casos, mas que não são suficientes para eliminar a necessidade de o estado precisar contar com milhares de leitos e inúmeros respiradores.

Leia mais: UFRJ estima pico da pandemia no início de junho: lockdown é necessário

foto: Artur Moês (Coordcom/UFRJ)

É possível uma segunda onda de epidemia

“A adoção do lockdown é necessária, tendo em vista o comportamento da população até o momento e a insuficiência de infraestrutura hospitalar do Rio de Janeiro. É a forma mais eficaz de frear a contaminação de pessoas. Os países que adotaram essa medida, como a França, já estão retornando suas atividades. O mesmo já poderia estar acontecendo no Rio de Janeiro, caso isso fosse feito”, lamenta Medronho, acrescentando que, caso a vacina não chegue a tempo, enfrentaremos uma segunda onda de epidemia, cujo período ainda não é possível estimar.

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Os resultados do modelo têm como base os dados epidemiológicos acumulados dos casos notificados de 20/2 a 2/5. A partir desse período, os pesquisadores calcularam a evolução da pandemia pela linha do tempo, utilizando o dia 3/5 como ponto de partida para as simulações, data que os pesquisadores afirmam que deve ser usada como referencial para interpretação dos resultados.

Modelo calcula com rapidez a evolução da pandemia

Guilherme Travassos explica que o grande diferencial desse modelo está na realimentação rápida, evolução temporal e visualização de forma clara do estado da pandemia. Para isso, desenvolveram um indicador inspirado em um velocímetro, batizado de “covidímetro”, que sinalizará o grau de risco de colapso no sistema de saúde.

Fiocruz recomenda lockdown ao Ministério Público do RJ para combate à COVID-19

Em breve, o indicador e as previsões de novas infecções estarão disponíveis para o público no site de acompanhamento do novo coronavírus (https://dadoscovid19.cos.ufrj.br), no ar desde o início de abril, mostrando todos os casos notificados.

“Desenvolvemos um modelo estruturado para recalcular, automaticamente e com confiabilidade, o cenário futuro. Ele possibilita visualizar as consequências das atitudes tomadas há 15 dias da data de análise, o que o torna uma ferramenta importante para os gestores governamentais. Também conta com um “velocímetro” para que a população possa ver a evolução dos casos e das previsões, todos os dias, pela internet. Mas é necessário registrar que o modelo é alimentado por dados organizados e fornecidos pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio que podem sofrer variações por problemas de notificação, entre outras ocorrências que influenciam os resultados”, conclui Travassos.

Assessoria de Imprensa do Gabinete da Reitora

Ascom/CES-RJ

Desde o início da pandemia no Brasil, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) vem produzindo inúmeros documentos para os órgãos do Executivo, Legislativo e Judiciário com foco no combate à pandemia. Confira as notas públicas, recomendações, cartas, parecer técnico, pacote de medidas, orientações, moções, dentre outros.

  • Notas Públicas
  • Recomendações
  • Cartas
  • Orientações
  • Moções
  • Campanha
  • Recomenda a suspensão imediata das Orientações do Ministério da Saúde para manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da COVID-19, como ação de enfrentamento relacionada à pandemia do novo coronavírus.

    RECOMENDAÇÃO Nº 041, DE 21 DE MAIO DE 2020
    Recomenda ações sobre o uso das práticas integrativas e complementares durante a pandemia da Covid-19.

    RECOMENDAÇÃO Nº 040, DE 18 DE MAIO DE 2020
    Recomenda a revisão da Nota Técnica nº 12/2020 e a implementação de outras providências para garantir os direitos das pessoas com sofrimento e/ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, no contexto da pandemia pelo Covid-19.

    RECOMENDAÇÃO Nº 039, DE 12 DE MAIO DE 2020
    Recomenda aos Governadores Estaduais e Prefeitos Municipais o estabelecimento de medidas emergenciais de proteção social e garantia dos direitos das mulheres.

    RECOMENDAÇÃO Nº 038, DE 11 DE MAIO DE 2020
    Recomenda ao Ministério da Saúde a inclusão das Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPI) na portaria nº 492/2020, que instituiu o programa “O Brasil conta Comigo”.

    RECOMENDAÇÃO Nº 037, DE 11 DE MAIO DE 2020.
    Recomenda ao Congresso Nacional a tramitação em regime de urgência dos projetos de lei 1267/2020, 1291/2020 e 1444/2020, que estabelece medidas emergenciais de proteção à mulher vítima de violência doméstica durante a emergência de saúde pública decorrente da pandemia do coronavirus.

    RECOMENDAÇÃO Nº 036, DE 11 DE MAIO DE 2020
    Recomenda a implementação de medidas de distanciamento social mais restritivo (lockdown), nos municípios com ocorrência acelerada de novos casos de COVID-19 e com taxa de ocupação dos serviços atingido níveis críticos.

    RECOMENDAÇÃO Nº 035, DE 11 DE MAIO DE 2020
    Recomenda ações relativas à saúde do povo Cigano/Romani no contexto da pandemia da Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, SARS-CoV-2.

    RECOMENDAÇÃO Nº 034, DE 07 DE MAIO DE 2020
    Recomenda medidas para garantir uma produção sustentável, distribuição e doação de alimentos, com respeito à natureza e aos direitos dos agricultores familiares, povos indígenas e povos e comunidades tradicionais.

    RECOMENDAÇÃO Nº 033, DE 05 DE MAIO DE 2020
    Recomenda medidas de transparência na divulgação dos dados estatísticos e notificações compulsórias dos agravos em saúde do/a trabalhador/a devido ao COVID-19.

    RECOMENDAÇÃO Nº 032, DE 05 DE MAIO DE 2020
    Recomenda medidas prioritárias para trabalhadoras e trabalhadores dos serviços públicos e atividades essenciais, nas ações estratégicas do Ministério da Saúde.

    RECOMENDAÇÃO Nº 031, DE 30 DE ABRIL DE 2020
    Recomenda medidas emergenciais complementares que visam a garantia dos direitos e da proteção social das pessoas com deficiência no contexto da COVID-19.

    RECOMENDAÇÃO Nº 030, DE 27 DE ABRIL DE 2020
    Recomenda medidas que visam a garantia dos direitos e da proteção social das Pessoas com Doenças Crônicas e Patologias.

    RECOMENDAÇÃO Nº 029, DE 27 DE ABRIL DE 2020
    Recomenda ações relativas ao combate ao racismo institucional nos serviços de saúde no contexto da pandemia da Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, SARS-CoV-2.

    RECOMENDAÇÃO Nº 028, DE 22 DE ABRIL DE 2020
    Recomenda ao Congresso Nacional ações relativas aos créditos extraordinários aprovados durante a vigência do Decreto de Calamidade Pública.

    RECOMENDAÇÃO Nº 027, DE 22 DE ABRIL DE 2020
    Recomenda aos Poder Executivo, federal e estadual, ao Poder Legislativo e ao Poder Judiciário, ações de enfrentamento ao Coronavírus.

    RECOMENDAÇÃO Nº 026, DE 22 DE ABRIL DE 2020
    Recomenda aos gestores do SUS, em seu âmbito de competência, que requisitem leitos privados, quando necessário, e procedam à sua regulação única a fim de garantir atendimento igualitário durante a pandemia.

    RECOMENDAÇÃO Nº 025, DE 20 DE ABRIL DE 2020
    Recomenda a aprovação do PL 1685/2020, que dispõe sobre medidas emergenciais de aquisição de alimentos para mitigar os impactos da pandemia do COVID-19.

    RECOMENDAÇÃO Nº 024, DE 20 DE ABRIL DE 2020
    Recomenda ações relativas à atuação de estudantes de saúde em formação no contexto da Ação Estratégica “O Brasil Conta Comigo”.

    RECOMENDAÇÃO Nº 023, DE 09 DE ABRIL DE 2020
    Recomenda à Anvisa a elaboração, disponibilização e ampla divulgação de material acessível a todas as pessoas contendo instruções técnicas oficiais no que se refere a alimentos e produtos durante a pandemia provocada pelo novo coronavírus.

    RECOMENDAÇÃO Nº 022, DE 09 DE ABRIL DE 2020
    Recomenda medidas com vistas a garantir as condições sanitárias e de proteção social para fazer frente às necessidades emergenciais da população diante da pandemia da COVID-19.

    RECOMENDAÇÃO Nº 021, DE 09 DE ABRIL DE 2020.
    Recomenda à Câmara dos Deputados o não acolhimento do Requerimento de Urgência no 511/2020.

    RECOMENDAÇÃO Nº 020, DE 07 DE ABRIL DE 2020
    Recomenda a observância do Parecer Técnico nº 128/2020, que dispõe sobre as orientações ao trabalho/atuação dos trabalhadores e trabalhadoras, no âmbito dos serviços de saúde, durante a Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional em decorrência Doença por Coronavírus – COVID-19.

    RECOMENDAÇÃO Nº 019, DE 06 DE ABRIL DE 2020.
    Recomenda medidas que visam a garantia dos direitos e da proteção social das pessoas com deficiência e de seus familiares.

    RECOMENDAÇÃO Nº 018, DE 26 DE MARÇO DE 2020.
    Recomenda a observância do Parecer Técnico nº 106/2020, que dispõe sobre as orientações ao trabalho/atuação dos Residentes em Saúde, no âmbito dos serviços de saúde, durante a Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional em decorrência Doença por Coronavírus – COVID-19.

    RECOMENDAÇÃO Nº 017, DE 24 DE MARÇO DE 2020
    Recomenda ao Comitê de Crise para Supervisão e Monitoramento dos Impactos da Covid-19 a adoção de medidas com vistas à garantia do abastecimento de água em todas as regiões do país.

    RECOMENDAÇÃO Nº 016, DE 24 DE MARÇO DE 2020
    Recomenda ao Ministério da Economia, aos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e ao Presidente do Supremo Tribunal Federal a adoção de providências em razão da edição da Medida Provisória no 927/2020.

    MOÇÃO DE APOIO Nº 003, DE 07 DE ABRIL DE 2020
    Manifesta apoio ao Projeto de Lei nº 1462/2020, que dispõe sobre a concessão de licença compulsória, temporária e não exclusiva, para a exploração de patente.

    Coronavírus: CNS lança campanha de proteção aos trabalhadores e trabalhadoras de serviços essenciais, DE 30 DE ABRIL DE 2020

    Leia mais: CES-RJ subscreve documentos do CNS relativos à pandemia

    A Comissão Executiva do Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, em sintonia com as análises e recomendações do colegiado do Conselho Nacional de Saúde referentes à pandemia do novo coronavírus, subscreveu diversos documentos da entidade nacional no que tange ao enfrentamento da pandemia. São eles:

    1 – Campanha do CNS para a unificação de todos os leitos de UTI (fila única),

    2 – A recomendação de medidas para garantir uma produção sustentável, distribuição e doação de alimentos, com respeito à natureza e aos direitos dos agricultores familiares, povos indígenas e povos e comunidades tradicionais. BAIXE

    3 – A recomendação para ações relativas à saúde do povo Cigano/Romani no contexto da pandemia da Covid- 19, provocada pelo novo coronavírus, SARS-CoV-2. BAIXE

    4 – A recomendação da implementação de medidas de distanciamento social mais restritivo (lockdown), nos municípios com ocorrência acelerada de novos casos de COVID-19 e com taxa de ocupação dos serviços atingido níveis críticos. BAIXE

    5 – A recomendação ao Congresso Nacional a tramitação em regime de urgência dos projetos de lei 1267/2020, 1291/2020 e 1444/2020, que estabelece medidas emergenciais de proteção à mulher vítima de violência doméstica durante a emergência de saúde pública decorrente da pandemia do coronavirus. BAIXE

    6 – A recomendação ao Ministério da Saúde a inclusão das Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPI) na portaria nº 492/2020, que instituiu o programa “O Brasil conta Comigo”. BAIXE

    7 – A recomendação aos Governadores Estaduais e Prefeitos Municipais o estabelecimento de medidas emergenciais de proteção social e garantia dos direitos das mulheres. BAIXE

    8 – A recomendação medidas prioritárias para trabalhadoras e trabalhadores dos serviços públicos e atividades essenciais, nas ações estratégicas do Ministério da Saúde. BAIXE

    9 – A recomendação de medidas de transparência na divulgação dos dados estatísticos e notificações compulsórias dos agravos em saúde do/a trabalhador/a devido ao COVID-19. BAIXE

    O CES-RJ também subscreveu a nota da Rede Brasileira de Inclusão
    da Pessoa com Deficiência – Rede-In, cujo tema é Todas as Pessoas Importam que alerta as autoridades públicas sobre o risco de exclusão no atendimento a pessoas com deficiência, na pandemia de Covid-19. BAIXE.

    Daniel Spirin Reynaldo/Ascom CES-RJ

    Leia mais: UFRJ estima pico da pandemia no início de junho: lockdown é necessário

    Assessoria de Imprensa do Gabinete da Reitora

    foto: Ana Marina Coutinho (Coordcom/UFRJ

     

    Com base em dados gerados por modelo computacional desenvolvido pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ), pesquisadores recomendam lockdown (isolamento/bloqueio total) no estado do Rio, caso não haja uma redução rápida na velocidade de transmissão.

     

    De acordo com os cientistas da UFRJ, o número de infectados no estado poderá chegar a 40 mil no pico da pandemia, previsto para a primeira quinzena de junho. O modelo foi configurado considerando que cada pessoa infectada é capaz de transmitir o vírus para outras 2,46 pessoas em média. 

     

    O estudo inclui somente os casos de COVID-19 confirmados pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio. A pesquisa é coordenada por Guilherme Travassos (Coppe), Roberto Medronho (Faculdade de Medicina/UFRJ) e Claudio Miceli de Farias, (Coppe e Instituto Tércio Pacitti de Aplicações e Pesquisas Computacionais − NCE).

     

    Capaz de calcular diariamente as previsões com base na evolução dos dados notificados e disponíveis, desde o início da pandemia, a ferramenta prevê o número de pessoas que poderão ser infectadas pela doença provocada pelo novo coronavírus, bem como estima o número de óbitos em decorrência da doença no estado do Rio, cuja população é de 17,2 milhões. 

     

    “O modelo estima que o número de casos de COVID-19 confirmados no período de pico deverá chegar a cerca de 40 mil casos notificados, levando em conta que apenas 9% dos casos são notificados. O número de óbitos poderá chegar a 30 mil pessoas ao final da pandemia, de acordo com o modelo utilizado, caso se mantenha o cenário atual, no qual apenas cerca de 50% da população fluminense segue as orientações de confinamento”, alerta Miceli.

     

    É preciso ter 800 ventiladores pulmonares novos funcionando

     

    Os pesquisadores defendem lockdown imediato como forma mais eficaz, no momento, para poupar vidas e também evitar o colapso no sistema de saúde. A modelagem indica que, durante o pico, serão necessários 800 ventiladores pulmonares novos funcionando, simultaneamente, sem contar os que já estarão em uso pelos pacientes que adoeceram antes. 

     

    Medronho, que lidera o Grupo de Trabalho Multidisciplinar para Enfrentamento da COVID-19 da UFRJ, explica que as medidas de isolamento social adotadas têm contribuído para reduzir o número de casos, mas que não são suficientes para eliminar a necessidade de o estado precisar contar com milhares de leitos e inúmeros respiradores. 

     

    É possível uma segunda onda de epidemia

     

     “A adoção do lockdown é necessária, tendo em vista o comportamento da população até o momento e a insuficiência de infraestrutura hospitalar do Rio de Janeiro. É a forma mais eficaz de frear a contaminação de pessoas. Os países que adotaram essa medida, como a França, já estão retornando suas atividades. O mesmo já poderia estar acontecendo no Rio de Janeiro, caso isso fosse feito”, lamenta Medronho, acrescentando que, caso a vacina não chegue a tempo, enfrentaremos uma segunda onda de epidemia, cujo período ainda não é possível estimar.

     

    Os resultados do modelo têm como base os dados epidemiológicos acumulados dos casos notificados de 20/2 a 2/5. A partir desse período, os pesquisadores calcularam a evolução da pandemia pela linha do tempo, utilizando o dia 3/5 como ponto de partida para as simulações, data que os pesquisadores afirmam que deve ser usada como referencial para interpretação dos resultados.

     

    Modelo calcula com rapidez a evolução da pandemia 

     

    Guilherme Travassos explica que o grande diferencial desse modelo está na realimentação rápida, evolução temporal e visualização de forma clara do estado da pandemia. Para isso, desenvolveram um indicador inspirado em um velocímetro, batizado de “covidímetro”, que sinalizará o grau de risco de colapso no sistema de saúde.

     

    Em breve, o indicador e as previsões de novas infecções estarão disponíveis para o público no site de acompanhamento do novo coronavírus (https://dadoscovid19.cos.ufrj.br), no ar desde o início de abril, mostrando todos os casos notificados. 

     

    “Desenvolvemos um modelo estruturado para recalcular, automaticamente e com confiabilidade, o cenário futuro. Ele possibilita visualizar as consequências das atitudes tomadas há 15 dias da data de análise, o que o torna uma ferramenta importante para os gestores governamentais. Também conta com um “velocímetro” para que a população possa ver a evolução dos casos e das previsões, todos os dias, pela internet. Mas é necessário registrar que o modelo é alimentado por dados organizados e fornecidos pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio que podem sofrer variações por problemas de notificação, entre outras ocorrências que influenciam os resultados”, conclui Travassos.

    Leia mais: Manifesto do Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro

    O Conselho Estadual de Saúde do Estado do Rio de Janeiro vem através desta manifestação repudiar a falta de ação e falta de transparência dos gestores públicos que, diante de um quadro grave de saúde que atinge todo o estado do Rio de Janeiro não conseguem estabelecer medidas preventivas efetivas à corrupção e mau uso do dinheiro público que evitem os esquemas criminosos de enriquecimento das quadrilhas, de empresários que como abutres cercam o moribundo esperando o momento mais propício, diante da dor e da falta de forças, para o golpe final. Os abutres não escolhem partido, espaço geográfico ou situação, são despatriados por opção, porque escolheram a corrupção e a exploração da dor alheia. Os vorazes por dinheiro nunca estão satisfeitos com seus ganhos do mercado. Precisam superfaturar, criar esquemas para depenar, destruir e assassinar a esperança da população.

     

    Diante das denúncias de escândalos de contratos eivados de irregularidades, compras de equipamentos com valores superdimensionados, práticas de exploração aos profissionais de saúde, falta de cumprimento de vários itens dos contratos que foram celebrados pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES) para o enfrentamento do Covid19, temos exigido que a SES não poupe esforços para tornar transparente todas as medidas que estão sendo tomadas por este Conselho para evitarmos maiores prejuízos à população do estado do Rio de Janeiro. Além de rigorosa apuração das denúncias veiculadas pela mídia, muitas já em curso de investigação por parte do Ministério Público (MPRJ) e Tribunal de Contas do Estado (TCE).

     

    Os conselhos municipais atuam na formulação e proposição de estratégias e no controle da execução das Políticas de Saúde, inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros, tal definição tem base na legislação em vigor, mas infelizmente ainda assistimos os conselhos serem apenas acessórios deste processo. Não somos ouvidos e, tão pouco, participamos das decisões; os gestores insistem em nos manter como órgão deliberativo apenas quando precisam aprovar seus recursos e investimentos. Os conselhos estão sempre à margem do processo decisório e das políticas implementadas e acreditamos que não podemos mais aceitar este papel.

     

    Diante das dificuldades e realidades de nossos municípios, num momento crucial de investimento no sistema público de saúde para salvar vidas, no lugar de seriedade e qualidade dos serviços, encontramos quadrilhas travestidas de organizações sociais ganhando milhões. Isso nos exige tomar uma posição. Temos lado e o nosso lado é o da defesa do SUS e dos recursos públicos. Essa relação do trato da coisa pública é perversa e não podemos admitir que continue. Essa banalização da vida de milhares de cidadãs e cidadãos precisa parar. Nos colocamos à disposição para junto a SES exigir que as ações, mesmo as emergenciais, tenham o acompanhamento efetivo e análise de todos os segmentos que compõem o Conselho Estadual de Saúde e que a transparência dessas ações nos cheguem de forma breve como exige a situação.

     

    Rio de Janeiro, 22 de maio de 2020

    Conselho Estadual de Saúde do RJ

    Leia mais: Apoio do CES-RJ às medidas de isolamento social, à Campanha do CNS para a unificação de todos os...

    NOTA PÚBLICA

    Apoio do CES-RJ às medidas de isolamento social, à Campanha do CNS para a unificação de todos os leitos de UTI (fila única) e às medidas econômicas que garantam o direito da população à quarentena

    A Comissão Executiva do Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro  comunica que apoia as medidas de isolamento social como  a única forma até agora cientificamente comprovada de conter os efeitos deletérios da pandemia da Covid-19, principalmente no que diz respeito ao colapso da rede hospitalar por excesso de pacientes, demandando cuidados intensivos.

    Informa ainda que apoia a campanha do Conselho Nacional de Saúde para unificação de todos os leitos de UTI disponíveis sob gerência do Sistema Único de Saúde (SUS). Medida ética e política que garanta que o acesso aos mesmos se dê por critérios técnicos e não pelo poder econômico.

    Também esclarecemos que apoiamos medidas econômicas que garantam o direito à quarentena do conjunto da população. É inadmissível que protelações burocráticas estejam impedindo o acesso a população da renda emergencial de 600 reais. Lamentamos ainda a forma pouco planejada que esses pagamentos vêm sendo feitos. Tornando seu recebimento um risco sanitário devido às aglomerações. Medidas de renda mínima devem ser implementadas, além da ajuda aos pequenos e médios empresários para que não demitam ou reduzam salários, minimizando assim os efeitos da quarentena.

    É preciso ainda que a população entenda que medidas bairristas não resolverão a questão hospitalar que tende a se tornar cada vez mais aguda. O SUS deve ser pensado cada vez mais como uma rede nacional.

    Precisamos combater os discursos negacionistas em relação à pandemia. Eles literalmente matam. É preciso que autoridades públicas e sociais entendam sua responsabilidade neste momento.

    Os profissionais de saúde devem ser valorizados e cuidados nesse momento. São soldados imprescindíveis em uma batalha onde lutam para salvar nossas vidas e de nossos entes queridos. É aberrante que se esteja discutindo nesse momento congelamentos salariais que os envolvam.  Devem ser protegidos principalmente no que tange ao fornecimento adequado de equipamentos de proteção.

    De resto, é importante que o controle social (Conselho Nacional de Saúde, conselhos estaduais e municipais) esteja participando como parte dos gabinetes de crise. Representamos constitucionalmente a sociedade na tarefa de fiscalização e gerenciamento do SUS.

    Não podemos ser excluídos desse momento.

     

    Comissão Executiva do CES-RJ

    Rio de Janeiro, 13 de maio de 2020

     

    Leia mais: 12 de maio – Dia Internacional da Enfermeira (do Enfermeiro)

    O Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro rende homenagem a esses 90% de mulheres e esses 10% homens profissionais que tem tido um protagonismo essencial para vencermos a pandemia que o Brasil e o mundo enfrentam.

     

    Precisamos ressaltar que para os atores do controle social do SUS não foi surpresa a atuação e dedicação dessas trabalhadoras frente à pandemia do covid-19.

     

    Nós que acompanhamos e fiscalizamos as políticas e ações de saúde, sempre soubemos da importância dessa categoria que, numericamente, já corresponde a 62% da força de trabalho na saúde.

     

    Não bastasse estarem inseridas em todas as políticas e ações de saúde, acredite, nenhuma delas teria sequer saído do papel sem participação da enfermagem através de suas representações: Associação Brasileira de Enfermagem, Sindicatos de Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem, Sociedade de Especialistas, entre outros, regulados pelo Conselho Federal e Conselhos Regionais de Enfermagem que regram seus campos de atuação e limites de ação, respeitando sempre a multiprofissionalidade exigida no SUS.

     

    Neste ano de 2020, estamos comemorando a 81ª Semana Brasileira de Enfermagem (Decreto Presidencial 48.202/1960 de Juscelino Kubitschek). Nela, a enfermagem, através da ABEn (entidade associativa com 94 anos de existência no Brasil), é pautada suas reflexões acerca do trabalho, ensino, pesquisa e gestão na saúde. Neste ano o tema escolhido foi: QUALIDADE EM ENFERMAGEM E SAÚDE NA DEFESA DO SUS, e eles sequer sabiam, há um ano, quando escolheram o tema, que de 12 a 20 de maio estaríamos no pico de óbitos da maior pandemia que assolou o mundo. Onde estão os enfermeiros e técnicos de enfermagem para além dos hospitais de campanha? Respondemos: na Vigilância Sanitária, Ambiental e em Saúde, nas auditorias , ouvidorias, postos de saúde, nas centrais de regulação de vagas, nos transplantes, no atendimento à população de rua, aos privados de liberdade, na Defesa Civil das calamidades, pesquisa e entre outras; ocupam diversos cargos de gestão das secretarias municipais e estaduais e no Ministério da Saúde. Ainda não ousamos ter uma enfermeira Ministra da Saúde. Esse cargo tem sido destinado a homens brancos, com vários títulos, mas, acreditem, aqueles que apresentaram o melhor desempenho no ministério, tiveram sempre uma enfermeira lhe assessorando.

     

    No Controle Social, raros são os conselhos de saúde e de outras áreas sociais onde a enfermagem não esteja representada, às vezes nos segmentos dos profissionais de saúde, às vezes no segmento gestor. Muito raramente compõem o segmento usuário, pois entendem que o conhecimento da categoria e suas informações técnicas e científicas lhes privilegiariam uma diferenciação perigosa em relação aos demais cidadãos. O CES reconhece que falta ainda à enfermagem reconhecimento social, jornada de trabalho de 30 horas, há décadas tramitando no Congresso Nacional, garantia de material de proteção para o trabalho, salários dignos, condições adequadas de trabalho, a sua segurança e a do paciente, Planos de Carreira, Cargos e Salário que legitimem sua progressão e promoção na equipe de saúde.

     

    Apesar dessas condições que descrevemos acima, não temos dúvidas que não são impeditivas para o compromisso dessa categoria com a população, em especial nesse momento da pandemia. Cerca de 80 profissionais já morreram no Brasil pela pandemia, mais que na Espanha e Inglaterra somadas. Nós, do CES, não queremos mais nenhuma morte de nenhum profissional que são cidadãos e que precisam viver para suas famílias e para as famílias daqueles que são cuidados por eles. Diz o provérbio que “nas grandes batalhas da vida o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer”. Nós, do CES, temos certeza que para cada enfermeiro, técnico ou auxiliar de enfermagem este é o motivo que os fazem sair de casa diariamente para trabalhar porque acreditamos em vocês da enfermagem. Temos certeza que vamos vencer a pandemia desde que a população FIQUE EM CASA!

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    O Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro rende homenagem a esses 90% de mulheres e esses 10% homens profissionais que tem tido um protagonismo essencial para vencermos a pandemia que o Brasil e o mundo enfrentam.

     

    Precisamos ressaltar que para os atores do controle social do SUS não foi surpresa a atuação e dedicação dessas trabalhadoras frente à pandemia do covid-19.

     

    Nós que acompanhamos e fiscalizamos as políticas e ações de saúde, sempre soubemos da importância dessa categoria que, numericamente, já corresponde a 62% da força de trabalho na saúde.

     

    Não bastasse estarem inseridas em todas as políticas e ações de saúde, acredite, nenhuma delas teria sequer saído do papel sem participação da enfermagem através de suas representações: Associação Brasileira de Enfermagem, Sindicatos de Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem, Sociedade de Especialistas, entre outros, regulados pelo Conselho Federal e Conselhos Regionais de Enfermagem que regram seus campos de atuação e limites de ação, respeitando sempre a multiprofissionalidade exigida no SUS.

     

    Neste ano de 2020, estamos comemorando a 81ª Semana Brasileira de Enfermagem (Decreto Presidencial 48.202/1960 de Juscelino Kubitschek). Nela, a enfermagem, através da ABEn (entidade associativa com 94 anos de existência no Brasil), é pautada suas reflexões acerca do trabalho, ensino, pesquisa e gestão na saúde. Neste ano o tema escolhido foi: QUALIDADE EM ENFERMAGEM E SAÚDE NA DEFESA DO SUS, e eles sequer sabiam, há um ano, quando escolheram o tema, que de 12 a 20 de maio estaríamos no pico de óbitos da maior pandemia que assolou o mundo. Onde estão os enfermeiros e técnicos de enfermagem para além dos hospitais de campanha? Respondemos: na Vigilância Sanitária, Ambiental e em Saúde, nas auditorias , ouvidorias, postos de saúde, nas centrais de regulação de vagas, nos transplantes, no atendimento à população de rua, aos privados de liberdade, na Defesa Civil das calamidades, pesquisa e entre outras; ocupam diversos cargos de gestão das secretarias municipais e estaduais e no Ministério da Saúde. Ainda não ousamos ter uma enfermeira Ministra da Saúde. Esse cargo tem sido destinado a homens brancos, com vários títulos, mas, acreditem, aqueles que apresentaram o melhor desempenho no ministério, tiveram sempre uma enfermeira lhe assessorando.

     

    No Controle Social, raros são os conselhos de saúde e de outras áreas sociais onde a enfermagem não esteja representada, às vezes nos segmentos dos profissionais de saúde, às vezes no segmento gestor. Muito raramente compõem o segmento usuário, pois entendem que o conhecimento da categoria e suas informações técnicas e científicas lhes privilegiariam uma diferenciação perigosa em relação aos demais cidadãos. O CES reconhece que falta ainda à enfermagem reconhecimento social, jornada de trabalho de 30 horas, há décadas tramitando no Congresso Nacional, garantia de material de proteção para o trabalho, salários dignos, condições adequadas de trabalho, a sua segurança e a do paciente, Planos de Carreira, Cargos e Salário que legitimem sua progressão e promoção na equipe de saúde.

     

    Apesar dessas condições que descrevemos acima, não temos dúvidas que não são impeditivas para o compromisso dessa categoria com a população, em especial nesse momento da pandemia. Cerca de 80 profissionais já morreram no Brasil pela pandemia, mais que na Espanha e Inglaterra somadas. Nós, do CES, não queremos mais nenhuma morte de nenhum profissional que são cidadãos e que precisam viver para suas famílias e para as famílias daqueles que são cuidados por eles. Diz o provérbio que “nas grandes batalhas da vida o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer”. Nós, do CES, temos certeza que para cada enfermeiro, técnico ou auxiliar de enfermagem este é o motivo que os fazem sair de casa diariamente para trabalhar porque acreditamos em vocês da enfermagem. Temos certeza que vamos vencer a pandemia desde que a população FIQUE EM CASA!

    Leia mais: CNS faz solicitação para que o Ministério da Saúde elabore plano de apoio às pessoas com doenças...

    O CNS aprovou, ad referendum, uma recomendação para o Ministério da Saúde apresentar medidas de proteção e planos de apoio às pessoas com doenças crônicas e patologias. O objetivo é reduzir o risco de desenvolvimento de comorbidades e óbitos, durante a pandemia do Novo Coronavírus.

    O documento considera informações de periódicos científicos nacionais e internacionais sobre a infecção por Covid-19 em pessoas doenças crônicas e outras patologias, que podem representar em torno de 25% a 50% dos pacientes infectados e apresentam maiores taxas de mortalidade devido à dificuldade de recuperação dos sintomas graves dessas pessoas.

    Leia a recomendação na íntegra: https://bit.ly/2W0khd4

    A Comissão Executiva do Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, reunida por videoconferência hoje, dia 5 de maio de 2020, em virtude da pandemia do novo coronavírus, deliberou em nome do Colegiado do CES-RJ pela subscrição, na íntegra, da Carta Aberta do Conselho Nacional de Saúde em defesa da vida, da democracia e do SUS publicada no dia 29 de abril de 2020.

    Leia mais: Conselho Estadual de Saúde do RJ subscreve carta aberta do Conselho Nacional de Saúde em defesa da...

    Carta Aberta do Conselho Nacional de Saúde e do Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro em defesa da vida, da democracia e do SUS

    Todo apoio às medidas sanitárias e econômicas para proteger a saúde da população brasileira

    Nesse momento de pandemia que o mundo e o Brasil sofrem, e de todas as dificuldades enfrentadas pelas trabalhadoras e pelos trabalhadores nas cidades, nas periferias e no campo, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) e o Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (CES-RJ) – instâncias colegiadas, deliberativas e permanentes do Sistema Único e Saúde (SUS) – reiteram o alerta para que a população continue em casa, mantendo o isolamento social, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

    O quadro epidemiológico do país se agrava rapidamente, à medida que o coronavírus começa a atingir as camadas mais pobres da população, num contexto em que a gritante subnotificação e a falta de testes nos impedem de saber a verdadeira dimensão e evolução da Covid-19. Além do mais, considerando a prevalência de doenças transmissíveis como dengue, zika, chikungunya, malária, sarampo e influenza, o estresse causado pelo coronavírus sobrepõe-se às necessidades relacionadas às doenças crônicas (diabetes, hipertensão, neoplasias etc.) e às causas externas – principais causas de morbimortalidade no Brasil.

    Não bastasse atitudes irresponsáveis, criminosas e genocidas, além da campanha de desinformação disseminada pelo Presidente da República, o Ministro da Economia Paulo Guedes aplicou e aplica uma política de austeridade fiscal danosa, que se encontra sob fogo cruzado nas principais economias do mundo, inclusive por aquelas que a defendiam como única alternativa pouco tempo atrás.

    Dada à regra do teto de gasto da União, estabelecida pela Emenda Constitucional n.º 95, que retirou R$ 22,5 bilhões do SUS desde 2018, a liberação de recursos tem sido pequena para o combate da Covid-19, quer para as ações de saúde (menos de 11% do orçamento federal) – onde a atenção primária cumpre papel essencial na prevenção e no controle do contágio, quer para as ações econômicas – contribuindo para que a adesão da população à quarentena tenha ficado abaixo dos 70% recomendado.

    Devido à falta de transparência das informações, assistimos atônitos a subida do número de casos e óbitos, diante do colapso da oferta de leitos do SUS: o Brasil passa dos 70 mil infectados e tem mais de 5 mil mortes, bem como o governo só entregou 350 dos 2 mil leitos novos de UTI prometidos para enfrentar a doença. O número de mortes no Brasil, em média, está dobrando a cada cinco dias e, em vários lugares, os sistemas de sepultamentos já estão, também, colapsando.

    Diante do Decreto de Calamidade Pública, o atual Ministro da Saúde, Nelson Teich não pode omitir-se diante de tais fatos, tampouco compactuar com qualquer tipo de sabotagem ao combate à doença e à economia popular, jamais renunciando ao objetivo de salvar vidas, preservar empregos e cuidar dos profissionais da saúde. Atender a pauta econômica, sobrepondo a necessidade de zelar pela vida dos cidadãos e cidadãs, não é uma estratégia segura nem coerente neste momento. Capital se ganha, se perde e se recupera novamente, mas vidas perdidas não podem ser recuperadas.

    Pautado pelos princípios éticos que norteiam a administração pública, o CNS e o CES-RJ são comprometidos com a efetividade do gasto público, garantida entre outras medidas com a lisura e transparência dos contratos, coibindo sobrepreço e superfaturamento. Contudo, a falta de coordenação tripartite e a política desastrosa de Paulo Guedes estrangulam a destinação de verbas para estados e municípios, para pequenas e médias empresas, para os trabalhadores formais, informais e desempregados, inviabilizando na prática as estratégias de isolamento social das famílias brasileiras.

    Esse artifício promove de modo irresponsável e obscuro uma falsa dicotomia entre saúde e economia. Não temos dúvida de que as mortes causadas pelo novo coronavírus pesarão sobre os ombros do governo Bolsonaro, em meio à crescente crise política e ao desarranjo do pacto federativo inaugurado na Constituição de 1988, e pode culminar no seu impeachment.

    Representando os anseios da sociedade brasileira e do conjunto dos conselhos estaduais e municipais de saúde, o Conselho Nacional de Saúde, além do Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, se dirigem às forças políticas democráticas e progressistas e as instituições da República, conclamando-as a construir um acordo suprapartidário, em defesa da vida, da democracia e do SUS, num gesto de grandeza e retidão neste grave momento da vida nacional.

    Nessa direção, pedimos o apoio da Academia Brasileira de Ciências, da Associação Brasileira de Imprensa, da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, da Ordem dos Advogados do Brasil, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e de todas as entidades do Movimento da Reforma Sanitária Brasileira para somar esforços e para pressionar em caráter de urgência o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal na defesa das seguintes propostas:

  • revogação permanente do teto de gastos (EC 95);
  • aplicação imediata de dinheiro novo no SUS e aprovação de piso emergencial em 2021, com incorporação definitiva dos créditos extraordinários ao orçamento da pasta da saúde;
  • aprovação de Projeto de Lei, onde os leitos de UTI da rede privada obedeçam à fila única do SUS, respeitando definições de uma central regulatória de leitos e as unidades de referência definidas pelo governo federal;
  • aplicação imediata de dinheiro novo nas universidades, centros de pesquisa e laboratórios, preferencialmente públicos, e aprovação de piso emergencial na área de ciência e tecnologia em 2021;
  • aprovação de Projeto de Lei que ampare e auxilie os dependentes de profissionais de saúde que morreram e os que vierem a morrer no exercício de suas funções,em decorrência da Covid-19..
  • Entre a civilização e a barbárie, entre o direito fundamental à vida e o lucro, estamos seguros de qual caminho o Brasil precisa escolher: CIVILIZAÇÃO E VIDA.

    Brasília, 29 de abril de 2020.

    Conselho Nacional de Saúde (CNS)

    Subscrita pelo Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (CES-RJ)

    Rio de Janeiro, 5 de maio de 2020.

    DOCUMENTO ORIGINAL PUBLICADO EM 29/04/2020

    A Comissão Executiva do Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, reunida por videoconferência hoje, dia 5 de maio de 2020, em virtude da pandemia do novo coronavírus, deliberou em nome do Colegiado do CES-RJ pela subscrição, na íntegra, da Carta Aberta do Conselho Nacional de Saúde em defesa da vida, da democracia e do SUS publicada no dia 29 de abril de 2020.

    Leia mais: Conselho Estadual de Saúde do RJ subscreve carta aberta do Conselho Nacional de Saúde em defesa da...

    Carta Aberta do Conselho Nacional de Saúde e do Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro em defesa da vida, da democracia e do SUS

    Todo apoio às medidas sanitárias e econômicas para proteger a saúde da população brasileira

    Nesse momento de pandemia que o mundo e o Brasil sofrem, e de todas as dificuldades enfrentadas pelas trabalhadoras e pelos trabalhadores nas cidades, nas periferias e no campo, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) e o Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (CES-RJ) – instâncias colegiadas, deliberativas e permanentes do Sistema Único e Saúde (SUS) – reiteram o alerta para que a população continue em casa, mantendo o isolamento social, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

    O quadro epidemiológico do país se agrava rapidamente, à medida que o coronavírus começa a atingir as camadas mais pobres da população, num contexto em que a gritante subnotificação e a falta de testes nos impedem de saber a verdadeira dimensão e evolução da Covid-19. Além do mais, considerando a prevalência de doenças transmissíveis como dengue, zika, chikungunya, malária, sarampo e influenza, o estresse causado pelo coronavírus sobrepõe-se às necessidades relacionadas às doenças crônicas (diabetes, hipertensão, neoplasias etc.) e às causas externas – principais causas de morbimortalidade no Brasil.

    Não bastasse atitudes irresponsáveis, criminosas e genocidas, além da campanha de desinformação disseminada pelo Presidente da República, o Ministro da Economia Paulo Guedes aplicou e aplica uma política de austeridade fiscal danosa, que se encontra sob fogo cruzado nas principais economias do mundo, inclusive por aquelas que a defendiam como única alternativa pouco tempo atrás.

    Dada à regra do teto de gasto da União, estabelecida pela Emenda Constitucional n.º 95, que retirou R$ 22,5 bilhões do SUS desde 2018, a liberação de recursos tem sido pequena para o combate da Covid-19, quer para as ações de saúde (menos de 11% do orçamento federal) – onde a atenção primária cumpre papel essencial na prevenção e no controle do contágio, quer para as ações econômicas – contribuindo para que a adesão da população à quarentena tenha ficado abaixo dos 70% recomendado.

    Devido à falta de transparência das informações, assistimos atônitos a subida do número de casos e óbitos, diante do colapso da oferta de leitos do SUS: o Brasil passa dos 70 mil infectados e tem mais de 5 mil mortes, bem como o governo só entregou 350 dos 2 mil leitos novos de UTI prometidos para enfrentar a doença. O número de mortes no Brasil, em média, está dobrando a cada cinco dias e, em vários lugares, os sistemas de sepultamentos já estão, também, colapsando.

    Diante do Decreto de Calamidade Pública, o atual Ministro da Saúde, Nelson Teich não pode omitir-se diante de tais fatos, tampouco compactuar com qualquer tipo de sabotagem ao combate à doença e à economia popular, jamais renunciando ao objetivo de salvar vidas, preservar empregos e cuidar dos profissionais da saúde. Atender a pauta econômica, sobrepondo a necessidade de zelar pela vida dos cidadãos e cidadãs, não é uma estratégia segura nem coerente neste momento. Capital se ganha, se perde e se recupera novamente, mas vidas perdidas não podem ser recuperadas.

    Pautado pelos princípios éticos que norteiam a administração pública, o CNS e o CES-RJ são comprometidos com a efetividade do gasto público, garantida entre outras medidas com a lisura e transparência dos contratos, coibindo sobrepreço e superfaturamento. Contudo, a falta de coordenação tripartite e a política desastrosa de Paulo Guedes estrangulam a destinação de verbas para estados e municípios, para pequenas e médias empresas, para os trabalhadores formais, informais e desempregados, inviabilizando na prática as estratégias de isolamento social das famílias brasileiras.

    Esse artifício promove de modo irresponsável e obscuro uma falsa dicotomia entre saúde e economia. Não temos dúvida de que as mortes causadas pelo novo coronavírus pesarão sobre os ombros do governo Bolsonaro, em meio à crescente crise política e ao desarranjo do pacto federativo inaugurado na Constituição de 1988, e pode culminar no seu impeachment.

    Representando os anseios da sociedade brasileira e do conjunto dos conselhos estaduais e municipais de saúde, o Conselho Nacional de Saúde, além do Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, se dirigem às forças políticas democráticas e progressistas e as instituições da República, conclamando-as a construir um acordo suprapartidário, em defesa da vida, da democracia e do SUS, num gesto de grandeza e retidão neste grave momento da vida nacional.

    Nessa direção, pedimos o apoio da Academia Brasileira de Ciências, da Associação Brasileira de Imprensa, da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, da Ordem dos Advogados do Brasil, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e de todas as entidades do Movimento da Reforma Sanitária Brasileira para somar esforços e para pressionar em caráter de urgência o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal na defesa das seguintes propostas:

  • revogação permanente do teto de gastos (EC 95);
  • aplicação imediata de dinheiro novo no SUS e aprovação de piso emergencial em 2021, com incorporação definitiva dos créditos extraordinários ao orçamento da pasta da saúde;
  • aprovação de Projeto de Lei, onde os leitos de UTI da rede privada obedeçam à fila única do SUS, respeitando definições de uma central regulatória de leitos e as unidades de referência definidas pelo governo federal;
  • aplicação imediata de dinheiro novo nas universidades, centros de pesquisa e laboratórios, preferencialmente públicos, e aprovação de piso emergencial na área de ciência e tecnologia em 2021;
  • aprovação de Projeto de Lei que ampare e auxilie os dependentes de profissionais de saúde que morreram e os que vierem a morrer no exercício de suas funções,em decorrência da Covid-19..
  • Entre a civilização e a barbárie, entre o direito fundamental à vida e o lucro, estamos seguros de qual caminho o Brasil precisa escolher: CIVILIZAÇÃO E VIDA.

    Brasília, 29 de abril de 2020.

    Conselho Nacional de Saúde (CNS)

    Subscrita pelo Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (CES-RJ)

    Rio de Janeiro, 5 de maio de 2020.

    DOCUMENTO ORIGINAL PUBLICADO EM 29/04/2020

    Leia mais: Região sudeste: conselhos estaduais de saúde detalham desafios no enfrentamento à Covid-19

    Por 

    O CNS promoveu encontro online com a participação de representantes do controle social da saúde, na quarta-feira (29/04)

    “É preciso que o estado passe a administrar os leitos de UTI para que a decisão de internação e uso de respiradores seja exclusivamente técnica e não para quem tem ou não plano de saúde”, destacou o presidente do Conselho Estadual de Saúde do RJ (CES-RJ), Alexandre Vasilenkas. Este foi um dos relatos do 2º Encontro Online promovido pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), na quarta-feira (29/04), reunindo representantes dos estados do sudeste. O encontro integra uma série de atividades realizadas pelo CNS para alinhar estratégias de fortalecimento das ações do controle social da saúde diante da pandemia. A primeira edição reuniu os CES da região norte.

    Ainda de acordo com o presidente do CES-RJ, o estado é “um dos epicentros da crise sanitária” e vive na iminência de um colapso hospitalar. Os casos não param de subir, segundo dados do Ministério da Saúde*, são mais de 11 mil pessoas infectadas no Rio de Janeiro e 2.627 óbitos por conta da Covid-19. Por isso, um dos principais desafios apontados por Alexandre é a falta de planejamento para uma fila única.

    Recentemente o CNS recomendou ao Ministério da Saúde e às Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde que atendam ao princípio da fila única diante da pandemia do Novo Coronavírus (Covid-19). O objetivo é que as pastas possam inserir recursos, favorecendo a contratação de leitos privados de terapia intensiva para uso do Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com as necessidades sanitárias específicas em cada território.

    Além de ouvir os relatos dos participantes, durante o Encontro Online o CNS reforçou seu apoio aos Conselhos Estaduais de Saúde para atividades online, lives, entrevistas e outras ações promovidas junto aos Conselhos Municipais de Saúde. “Esse momento nos convoca a refletir sobre a potência que estamos conferindo as nossas articulações. O que podemos fazer para aumentar a solidariedade e a rede de controle social em saúde no Brasil!”, destacou o conselheiro Neilton Araújo de Oliveira, representante do Ministério da Saúde na mesa diretora do CNS.

    Relatos

    O sudeste é a região mais afetada pelo novo coronavírus no Brasil. Os quatro estados somam 48.115 casos de Covid-19 e 3.849 mortes. Isso representa quase metade dos casos de novo coronavírus em todo o país. Em Minas Gerais, com mais de 2 mil casos e 89 mortes, o controle social da saúde enfrenta desafios de comunicação e acesso às discussões no comitê para enfrentar a crise criado pelo governo do estado.

    “Há um isolamento do controle social. É muito preocupante ficarmos de fora dos diálogos nos comitês”, destacou o vice-presidente do CES-MG Ederson Alves da Silva. Mesmo com às dificuldades de diálogo com a gestão, o Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais relatou que segue atuando intensamente. Tem feito ações nas redes sociais, encaminhado boletins e notas informativas e divulgado os documentos elaborados pelo CNS para os Conselhos Municipais.

    Assim como o relato de MG, uma referência destacada pelos os outros estados é a contribuição dos instrumentos e ferramentas que estão sendo enviadas pelo CNS para toda a rede de conselhos. Elas estão servindo como subsídios para reforçar o papel do controle social no enfrentamento à pandemia nos estados e municípios.

    No Espírito Santo, os conselheiros têm acompanhado e dialogado com seus pares, orientado ações que contribuam com o isolamento social e levado demandas ao Centro de Operações Estratégicas – Coe/Covid-19. “Neste período, em que o conselho está com suas atividade presenciais suspensas, nosso espaço foi cedido para abrigar o COE – Comitê de Operações Emergenciais – no estado”, relatou o Secretário Executivo do Conselho, Alexandre Fragra.

    Além disso, de acordo com Fraga, a secretaria executiva tem repassado aos Conselhos Municipais de Saúde as informações e as recomendações do CNS. O estado registra mais de 3 mil pessoas infectadas e 114 óbitos. O presidente do CES atualmente é o subsecretário de Vigilância em Saúde e tem exercido a função de coordenador do Coe/Covid-19.

    São Paulo não contou com representantes no encontro online, por problemas na conexão, no entanto, a secretaria executiva enviou para o CNS o relato por email. De acordo com o documento, o Conselho Estadual elaborou formulário contendo vários questionamentos, esclarecimentos e sugestões à Secretaria de Estado que será dialogado muito em breve. O presidente do CES de São Paulo é o secretário estadual de Saúde.

    *Dados divulgados pelo Ministério da Saúde até às 17h30 de 3 de maio de 2020.

    Leia mais: Monitor de coronavírus nos estados

    O Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz) lançou no dia 30 de março o MonitoraCovid-19, um sistema que agrupa e cruza dados sobre o novo coronavírus no Brasil e no mundo. A partir de gráficos e mapas, a ferramenta online permite monitorar a pandemia e sua tendência por estados e municípios brasileiros, e fazer comparações com países que estão em estágios mais avançados da epidemia. 

     

    Com atualização diária, o MonitoraCovid-19 usa três fontes de dados. Os municipais são obtidos com o projeto Brasil.io, repositório público que disponibiliza os dados municipais compilados pelas secretarias estaduais de saúde. As informações sobre os estados brasileiros têm como fonte o projeto Kaggle Coronavirus Brazil, que coleta diariamente os dados divulgados pelo Ministério da Saúde. A base para os dados referentes a outros países é a universidade americana Johns Hopkins.  

     

    “O objetivo da ferramenta é fornecer dados de forma confiável e transparente para a população e para a comunidade científica sobre o desenvolvimento diário da pandemia, no Brasil e no mundo”, resume o geógrafo e sanitarista Christovam Barcellos, vice-diretor de Pesquisa do Icict. 

     

    Crescimento similar ao da Itália

     

    Um conceito-chave nesse trabalho é o chamado “fator de crescimento”, método que permite comparar os dados do Brasil e de seus estados com o cenário de outros países, analisando a propagação dos casos, dia a dia. Esse fator é calculado considerando como o número de casos aumenta ao longo do tempo, e permite que se calcule a quantidade de dias que leva para que o número de casos dobre em cada país. “A análise desse índice é muito importante para avaliarmos se estamos ou não conseguindo achatar a curva de crescimento, o que é essencial para o sistema de saúde conseguir lidar com a epidemia”, explica o epidemiologista Diego Xavier, do Laboratório de Informação em Saúde do Icict. 

     

    Barcellos acrescenta que o nosso fator de crescimento tem sido parecido ao da Itália, no começo da epidemia por lá, mas que a trajetória do Brasil pode ser diferente. "Nas próximas semanas, o Brasil pode mudar de tendência devido a medidas específicas que estão sendo tomadas em cada estado e município.”

     

    Outro aspecto que a ferramenta permite observar é como a epidemia, que em seu começo se concentrou nos grandes centros urbanos, está se difundido para cidades médias, principalmente no litoral. Nos próximos dias, a epidemia poderá se espalhar para cidades do interior e municípios de menor porte. “Apontar essa tendência é urgente, porque em muitas cidades do interior as pessoas não estão aderindo à estratégia do isolamento, acreditando que o vírus não chegou ainda até eles. Isso não é verdade. A Covid-19 está avançando rapidamente em direção aos municípios menores, e a quarentena é fundamental para frear esse crescimento”, destaca Xavier. Além disso, essa tendência representa um desafio para o SUS, que deverá organizar para os municípios de pequeno porte uma rede de distribuição de insumos, de coleta e análise de amostras laboratoriais e de internação de pacientes, quando necessário.

     

    Uma das vantagens do MonitoraCovid-19 é justamente permitir que se enxergue a situação em municípios e em estados de forma isolada, de modo que gestores e autoridades possam avaliar se as medidas que estão tomando são as mais adequadas à sua realidade. “Acompanhar as variações nas curvas de crescimento é muito importante para avaliar o efeito das políticas de contenção da epidemia, inclusive no âmbito de municípios. Vale lembrar: o Sistema Único de Saúde (SUS) é de base municipal, e os municípios precisam estar preparados para o cenário da epidemia que vão enfrentar”, explica Barcellos.

     

    Desafios para a análise de dados

     

    Os dados usados pela ferramenta dizem respeito aos casos confirmados e aos óbitos pela Covid-19. Os desafios impostos pela falta de testagem mais ampla para o vírus, no Brasil, estão sendo levados em conta: “Os gráficos construídos com base nas taxas de letalidade acabam apontando, indiretamente, se estamos mesmo testando pouco, porque é possível criar estatísticas a partir da relação entre óbitos e doentes. Podemos usar como exemplo os Estados Unidos, que tinham uma taxa de letalidade muito alta, no começo da epidemia, e depois, quando começaram a testar os casos suspeitos mais massivamente, viram essas taxas de letalidade diminuírem. Ou seja, não é que o coronavírus estivesse matando mais no começo da epidemia, comparativamente. Apenas havia menos testagem. Por esse prisma também podemos observar o Brasil, à medida que a epidemia for avançando aqui”, sugere Xavier.

     

    O cientista acrescenta que muitas outras instituições estão criando análises e modelos sobre o Covid-19 e seu impacto no Brasil, com diferentes abordagens. “Muitas vezes essas análises podem parecer divergentes para o público leigo, mas na verdade se complementam. Quanto mais dados e quanto mais integração, melhores serão as previsões e os cenários construídos para a tomada de decisão.”

     

    O MonitoraCovid-19 foi criado pelo Laboratório de Informação e Saúde (LIS) com o apoio da Plataforma de Ciência de Dados aplicada à Saúde (PCDaS), ambos do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz). Foi desenvolvido com softwares livres e de código aberto, permitindo que qualquer pessoa baixe e reaplique os dados compilados. 

     

    O acesso mais dinâmico a alguns dados sobre a epidemia, porém, ainda é um desafio. “Quanto mais dados livres tivermos, mais rapidamente conseguimos criar análises que são fundamentais para definir políticas públicas de enfrentamento à pandemia”, alerta Raphael Saldanha, desenvolvedor técnico do sistema. Dados sobre o perfil de pessoas atingidas pela Covid-19 e quais hospitais estão internando, por exemplo, seriam importantes para criar modelos de assistência. “As políticas e estratégias de dados abertos têm sido decisivas para a atuação coletiva em crises sanitárias como esta que estamos vivendo. Quando a pandemia passar, é fundamental que esse tema ganhe foco no debate público brasileiro”, completa.

     

    Acesse o MonitoraCovid-19.