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Vinte acidentes fatais de ônibus por dia, dez desastres aéreos a cada 24 horas. Estas são as quantidades equivalentes ao número diário de mortos pela da Covid-19 no Brasil

A pandemia do novo coronavírus, que atingiu em cheio o território brasileiro, já contaminou mais de 2 milhões de cidadãos e ceifou a vida de quase 80 mil em pouco mais de 4 meses. São números que assustam pela quantidade mas não tanto quanto pela incapacidade das autoridades nacionais em fazer descrescer a curva de contágios e de óbitos.

A falta de centralização nas medidas de contenção da doença, as mensagens erráticas do governo federal e a ausência de critérios e protocolos unificados nos estados para conter o avanço da pandemia no país tornam extremamente difícil prever quando a curva de mortos, de fato, poderá diminuir como um todo no Brasil. Se em algumas capitais já é possível observar uma tendência de queda do número de vítimas fatais – a oferta de leitos em maior quantidade, embora tenha registrado demora, tende a reduzir a gravidade dos casos -, a interiorização da doença mantém o Brasil disputando a “liderança” de casos com a Índia e EUA. Outro ponto controverso que permeia o debate entre especialistas gira em torno da flexibilização prematura do isolamento social e a inexistência de mecanismos de monitoramento dos infectados que, por sua vez, circulam entre cidades e estados sem o menor controle.

Hoje, a Organização Mundial da Saúde – OMS destacou que o Brasil “atingiu um platô”, mas que, segundo diretor Michael Ryan “até agora, no Brasil e outros países, é o vírus que está no comando, que está ditando as regras. Nós é que precisamos ditar as regras em relação ao vírus.” […] “os números se estabilizaram. Mas o que eles não fizeram foi começar a cair de uma forma sistemática e diária. O Brasil está ainda no meio da luta. E não há maneira de garantir que a queda vai ocorrer por si”, disse.

Em que pese a estabilidade dos casos, o fato mais grave é que há mais de um mês o Brasil lidera a média diária de mortos pelo novo coronavírus. São cidadãos que não tiveram a chance de ver a curva parar de crescer.

Daniel Spirin Reynaldo/Ascom CES-RJ