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Enfermeiros e técnicos de enfermagem fizeram um ato na entrada do NEMS, onde também se localiza a SES/RJ, no Centro do Rio (Foto: Daniel Spirin/Ascom CES-RJ)

Enfermeiros e técnicos de enfermagem que trabalham nas Organizações Sociais de Saúde no estado entraram em greve por tempo indeterminado a partir de hoje. O principal motivo para a paralisação dos profissionais é o atraso dos salários que já chega a quatro meses. Um ato reunindo os trabalhadores na porta da SES/RJ marcou o início da greve.

Em assembleia realizada no dia 20, os enfermeiros e enfermeiras e técnicos (as) de enfermagem decidiram cruzar os braços, porém, mantendo 50% do efetivo nos postos de trabalho, conforme prevê a legislação. A opção pela greve veio da impossibilidade de um acordo com o estado e com as OSs, mesmo depois de cinco audiências no Tribunal Regional do Trabalho.

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Ato no Centro do Rio marcou o início da greve dos enfermeiros e técnicos de enfermagem que atuam nas OSs (Foto: Daniel Spirin/Ascom CES-RJ)

Além dos salários atrasados, eles reivindicam pagamento de férias vencidas, regularização de vale-transporte e vale-refeição, verbas rescisórias, manutenção dos vínculos trabalhistas pela CLT e piso estadual. As unidades afetadas: Hospital da Mulher,  Hospital da Mãe, em Saracuruna, Hospital de Anchieta (HTO), Hospital Carlos Chagas, UPA São Pedro da Aldeia, Samu, Hospitais de Campanha.

Governo diz que vai pagar os salários atrasados de funcionários dos hospitais de campanha

A SES comunicou, nesta quarta-feira, que irá pagar os salários atrasados dos funcionários dos hospitais de campanha do Maracanã e de São Gonçalo. Conforme a informação, a quitação das folhas será realizada diretamente na conta corrente dos funcionários e não pelo repasse à organização social Iabas. Cerca R$ 6 milhões serão destinados ao Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região.

O acordo foi obtido em reunião de mediação realizada na tarde de ontem, Secretaria de Estado de Saúde.

Irregularidades nos contratos com Organizações Sociais motivou a suspensão de repasses estaduais

Há cerca de dois meses, o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) suspendeu a celebração de contratos estaduais da Saúde com organizações sociais (OSs). O órgão apontou que há indícios de irregularidades nos editais de seleção de empresas. O governo do RJ também interrompeu o pagamento às OSs que, por sua vez, passaram a alegar que não têm dinheiro para honrar os salários dos trabalhadores.

Controladoria do RJ vê suspeita de irregularidade em 99,47% dos contratos da Secretaria de Saúde durante o combate à Covid-19

Já a Controladoria-Geral do Estado encontrou “risco de mau uso do dinheiro público e suspeitas de irregularidades em 99,47% dos contratos e aditivos feitos pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio de Janeiro durante o combate à Covid-19”. A SES informou que está revisando todos os contratos assinados de forma emergencial durante a pandemia.

Enquanto uma decisão não chega, diversas categorias de profissionais que atuam nas OSs reclamam dos atrasos nos pagamentos e de demissões em massa.

Daniel Spirin Reynaldo/Ascom CES-RJ