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Hospital de campanha para pacientes da Covid-19 no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro
Foto: Rogério Santana/Divulgação Governo do RJ

Comunicado sobre o fechamento das unidades foi dado em entrevista coletiva oferecida pelo secretário de saúde do RJ, Alex Bousquet, hoje pela manhã; o titular da pasta disse ainda ‘não acreditar numa segunda onda’ de contágios no estado

A Secretaria de Estado de Saúde do RJ deverá desmobilizar os hospitais de campanha até o dia 12 de agosto. A decisão vale para aquelas unidades que já operam no tratamento das vítimas da Covid-19 e também para as que não ficaram prontas a tempo de assistir à população. O comunicado foi feito pelo próprio secretário de saúde, Alex Bousquet, em entrevista coletiva oferecida hoje (29) na sede da SES/RJ, no Centro do Rio.

Segundo o secretário, “independente do planejamento ter sido equivocado, ele já incluía começo, meio e fim, de acordo com a evolução da epidemia. Essa evolução mostra que nós estamos, assim como outras regiões do mundo inteiro, próximo do fim das unidades de apoio, que aqui foram chamados de hospitais de campanha”. Bousquet afirmou que “há leitos suficientes” para atender pacientes no caso de uma segunda onda da doença.

Uma decisão da Justiça do Rio de Janeiro, a pedido do Ministério Público e da Defensoria Pública, determina que os hospitais de campanha continuem em funcionamento. A decisão judicial ocorreu após o anúncio, pelo governo, dos hospitais de campanha do Maracanã, na Zona Norte, e em São Gonçalo, na Região Metropolitana. Neste caso, segundo o secretário, a “argumentação será técnica”.

“Nós tivemos um pico nas duas primeiras semanas de maio e, de lá para cá, nós temos uma curva descendente que já se mostrou confiável”.

‘Não acredito em segunda onda’

Durante a coletiva de imprensa, o secretário se mostrou cético com relação à uma possível segunda onda de contágios da Covid-19.

“Na Região Metropolitana I e na Região Metropolitana II (capital e Grande Niterói), onde vivemos essa primeira onda com muita intensidade, não haverá uma segunda onda”.

Bousquet disse ainda que “a desmobilização dos hospitais de campanha vai fazer com que distribuamos esse material (equipamentos de Saúde) – que é nosso, não é da Organização Social responsável pelo contrato – nos hospitais da nossa rede própria e nos municípios. Fortalecemos os municípios no combate à pandemia. É um legado que vamos deixar. Não teremos mais a lona visível, mas teremos um reforço na saúde dos municípios”, completou.

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Atraso nos pagamentos dos trabalhadores

Com relação aos atrasos nas folhas de pagamento dos profissionais que atuam nas OSs acusadas de irregularidades, Alex Bousquet afirmou que a situação “não nos é indiferente” e que assumiu a pasta no dia 22 com oito dos 40 contratos vencidos, sendo que, atualmente, 38 estão pagos. Bousquet disse que estuda realizar depósitos judiciais para que os trabalhadores recebam independentemente das OSs.

Desde o início da pandemia, o governo estadual projetou 7 hospitais, com valor estimado de cerca de R$ 850 milhões, porém, apenas dois foram entregues parcialmente – Maracanã e São Gonçalo -, sendo pagos até o momento R$ 256 milhões. Além disso, uma série de irregularidades envolvendo gestores públicos da saúde e diretores das OSs e suspeitas de desvios de recursos mediante contratos fraudulentos investigados pelo MP e PGE puseram em xeque o modelo de gestão privada das unidades de saúde em todo o estado.

Daniel Spirin Reynaldo/Ascom CES-RJ