Via ICICT

Mariella de Oliveira-Costa (Ascom Fiocruz Brasília) / Graça Portela (Ascom/Icict)

 
A Fiocruz Brasília, por meio da Assessoria de Comunicação, lançou esta semana o primeiro livro da série As Relações da Saúde Pública com a Imprensa. A obra é homônima ao tradicional evento promovido desde 2008 pela instituição, e que agrega jornalistas, profissionais da saúde, pesquisadores e estudantes para debaterem e apresentarem propostas aos desafios que surgem do encontro da comunicação com a saúde, no cotidiano. 

O primeiro livro da série conta com textos dos convidados que participaram do seminário mais recente, realizado em 2017, que trazia como tema “Aedes Aegypti, vetor de epidemias anunciadas”. Ao longo de 116 páginas, o leitor vai acessar fotos e textos produzidos pelos convidados nacionais e internacionais do evento, bem como poderá assistir aos vídeos de cada uma das palestras que compôs a programação do evento.

A obra reúne relatos da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, o diretor da Fiocruz Brasília à época, Gerson Penna e o coordenador do evento e da Assessoria de Comunicação, Wagner Vasconcelos. Na sequência, a publicação traz um texto que contempla a conferência magna, que foi realizada com o pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp), Luís Castiel, e os demais textos são organizados em duas seções: Panorama das Arboviroses transmitidas pelo Aedes e os Desafios da Imprensa - Aedes em Pauta: relatos de experiências de jornalistas, pesquisadores e profissionais de saúde. 

Aedes na mídia

Um desses artigos é o da professora do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde – PPGICS e pesquisadora do Laboratório de Comunicação e Saúde (Laces), ambos do Icict/Fiocruz, Janine Cardoso, que escreveu sobre “A produção noticiosa sobre o Aedes e suas doenças”, onde dá um panorama geral da produção de notícias sobre o mosquito. Dividido em três partes, a primeira parte aborda “A centralidade do Aedes”, na qual a pesquisadora do Laces mostra como o mosquito é visto pela mídia e quem são os personagens usados: “Aplicado ao nosso caso, a primeira pergunta é: como o Aedes aparece? Em geral, antropomorfizado, dotado de características malignas: o vilão da história, o inimigo número um que não pode vencer ou ser mais forte do que um país inteiro, slogans recorrentes das campanhas realizadas nos últimos trinta anos. Junto com o protagonista, outros personagens constantes da narrativa são as vítimas e os responsáveis por cada surto, epidemia e, às vezes, pela própria situação endêmica.”

Já em “A gramática noticiosa”, Janine Cardoso fala sobre quem são os personagens ouvidos pela mídia e de que forma as matérias são estruturadas: “As principais vozes ouvidas são as autoridades sanitárias (nacionais, internacionais, municipais, estaduais) e especialistas (epidemiologistas, virologistas etc.)” e “A divulgação das medidas preventivas e sintomas, assim como o chamamento à mobilização, são outros tópicos recorrentes da cobertura”.

No terceiro tópico, a professora do PPGICS, fala sobre as “Epidemias midiatizadas”, mostrando que “desde há muito, as relações entre saúde e imprensa são estratégicas, hoje vivemos essa realidade outra, na qual a mídia passa a fazer parte das próprias condições da produção científica e das intervenções sanitárias.”

Confira no e-book ao lado (ou clique no link da imagem abaixo), esses e outros artigos.

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