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O Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro rende homenagem a esses 90% de mulheres e esses 10% homens profissionais que tem tido um protagonismo essencial para vencermos a pandemia que o Brasil e o mundo enfrentam.

 

Precisamos ressaltar que para os atores do controle social do SUS não foi surpresa a atuação e dedicação dessas trabalhadoras frente à pandemia do covid-19.

 

Nós que acompanhamos e fiscalizamos as políticas e ações de saúde, sempre soubemos da importância dessa categoria que, numericamente, já corresponde a 62% da força de trabalho na saúde.

 

Não bastasse estarem inseridas em todas as políticas e ações de saúde, acredite, nenhuma delas teria sequer saído do papel sem participação da enfermagem através de suas representações: Associação Brasileira de Enfermagem, Sindicatos de Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem, Sociedade de Especialistas, entre outros, regulados pelo Conselho Federal e Conselhos Regionais de Enfermagem que regram seus campos de atuação e limites de ação, respeitando sempre a multiprofissionalidade exigida no SUS.

 

Neste ano de 2020, estamos comemorando a 81ª Semana Brasileira de Enfermagem (Decreto Presidencial 48.202/1960 de Juscelino Kubitschek). Nela, a enfermagem, através da ABEn (entidade associativa com 94 anos de existência no Brasil), é pautada suas reflexões acerca do trabalho, ensino, pesquisa e gestão na saúde. Neste ano o tema escolhido foi: QUALIDADE EM ENFERMAGEM E SAÚDE NA DEFESA DO SUS, e eles sequer sabiam, há um ano, quando escolheram o tema, que de 12 a 20 de maio estaríamos no pico de óbitos da maior pandemia que assolou o mundo. Onde estão os enfermeiros e técnicos de enfermagem para além dos hospitais de campanha? Respondemos: na Vigilância Sanitária, Ambiental e em Saúde, nas auditorias , ouvidorias, postos de saúde, nas centrais de regulação de vagas, nos transplantes, no atendimento à população de rua, aos privados de liberdade, na Defesa Civil das calamidades, pesquisa e entre outras; ocupam diversos cargos de gestão das secretarias municipais e estaduais e no Ministério da Saúde. Ainda não ousamos ter uma enfermeira Ministra da Saúde. Esse cargo tem sido destinado a homens brancos, com vários títulos, mas, acreditem, aqueles que apresentaram o melhor desempenho no ministério, tiveram sempre uma enfermeira lhe assessorando.

 

No Controle Social, raros são os conselhos de saúde e de outras áreas sociais onde a enfermagem não esteja representada, às vezes nos segmentos dos profissionais de saúde, às vezes no segmento gestor. Muito raramente compõem o segmento usuário, pois entendem que o conhecimento da categoria e suas informações técnicas e científicas lhes privilegiariam uma diferenciação perigosa em relação aos demais cidadãos. O CES reconhece que falta ainda à enfermagem reconhecimento social, jornada de trabalho de 30 horas, há décadas tramitando no Congresso Nacional, garantia de material de proteção para o trabalho, salários dignos, condições adequadas de trabalho, a sua segurança e a do paciente, Planos de Carreira, Cargos e Salário que legitimem sua progressão e promoção na equipe de saúde.

 

Apesar dessas condições que descrevemos acima, não temos dúvidas que não são impeditivas para o compromisso dessa categoria com a população, em especial nesse momento da pandemia. Cerca de 80 profissionais já morreram no Brasil pela pandemia, mais que na Espanha e Inglaterra somadas. Nós, do CES, não queremos mais nenhuma morte de nenhum profissional que são cidadãos e que precisam viver para suas famílias e para as famílias daqueles que são cuidados por eles. Diz o provérbio que “nas grandes batalhas da vida o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer”. Nós, do CES, temos certeza que para cada enfermeiro, técnico ou auxiliar de enfermagem este é o motivo que os fazem sair de casa diariamente para trabalhar porque acreditamos em vocês da enfermagem. Temos certeza que vamos vencer a pandemia desde que a população FIQUE EM CASA!