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O Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro vem manifestar sua indignação e seu repúdio ao brutal assassinato dos médicos Diego Ralf Bomfim, Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida, baleados na última quinta-feira, na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Na ação dos criminosos, o médico Daniel Sonnewend Proença foi atingido e está hospitalizado. Diego Bonfim era irmão da deputada federal Sâmia Bonfim.

Consequência da institucionalização do crime organizado no estado e no país, este atentado – se por engano dos criminosos ou não – mostra que a mazela da violência ganhou formas até então inimagináveis no coração das cidades. O CES/RJ lamenta as mortes dos profissionais e repudia veementemente a onda de homicídios e crimes diversos – que já vem de muitos anos – num Brasil que ainda luta para se estabelecer como sociedade livre, democrática e de plenos direitos da sua população. O CES/RJ alerta também que este tipo de ação criminosa tornou-se rotina há muito tempo para a população trabalhadora, de um modo geral, atingindo, principalmente, comunidades carentes e periféricas que sofrem diuturnamente com os abusos, ataques e opressão dos bandos armados, milicianos ou traficantes, bem como a violência policial que, muitas vezes, não distingue os inocentes de marginais.

A violência por si só tem um impacto significativo na saúde da população, podendo causar lesões físicas, traumas psicológicos e até mesmo a morte. Além disso, a exposição constante à violência leva ao desenvolvimento de problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático. Esta chaga também afeta negativamente o acesso aos serviços de saúde, aumentando as barreiras para o cuidado adequado. Logo, a violência praticada a cada dia por grupos armados gera consequências que vão para além da esfera policial e penal, afetando a economia, os serviços públicos, a política, as instituições, a cultura e a saúde brasileira.

A punição de assassinos e de grupos de extermínio não deve ficar a cargo de outros criminosos; e sim da Justiça Brasileira, sob pena do Estado perder por completo o poder de conduzir os rumos do país e de prover de assistência e cuidado os cidadãos das cidades, das florestas e do campo.

Portanto, é essencial combater a violência, com inteligência e cooperação entre os entes da Federação, para, de fato, proteger a saúde e o bem-estar da população.