CAMPOS DOS GOYTACAZES – O projeto “Roda Hans 2024 – Carreta da Saúde Hanseníase” esteve em Campos dos Goytacazes, na Região Norte do Rio de Janeiro, entre os dias 17 e 21 de junho. A ação, idealizada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Fundação Novartis Brasil, conta com o apoio do governo estadual, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), dos municípios contemplados e da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Conselheiros estaduais de saúde do Rio de Janeiro estiveram presentes para conhecer o trabalho.

O projeto busca diagnosticar precocemente novos casos da doença, orientar a população e capacitar profissionais da Atenção Primária para a identificação e tratamento da hanseníase. Iniciado em 2019 como uma estratégia de descentralização do diagnóstico e tratamento da doença, o projeto visa identificar novos casos de hanseníase na população, realizar o tratamento adequado e acompanhar os pacientes.

As ações envolvem a capacitação de profissionais de saúde, a busca ativa de casos, exames de contatos e distribuição de medicamentos. O objetivo é aumentar o acesso ao diagnóstico e tratamento da hanseníase, reduzindo os casos da doença no município.

Nesta oportunidade, conselheiros estaduais de saúde tiveram a chance de saber mais sobre o projeto e conhecer in loco as ações desenvolvidas. A presidente do Conselho Estadual de Saúde, Daniele Moretti, destacou que “para nós, enquanto conselheiros estaduais, fica a tarefa de colocarmos esta pauta no CES/RJ, cujo objetivo seria propor encaminhamentos para descentralizar essas ações desenvolvidas através da iniciativa do Roda Hans”. De acordo com a presidente, embora exista toda uma estrutura montada para atender a população fluminense, “as dificuldades de mobilização e de acesso fazem com que as pessoas não saibam da iniciativa”.

A médica dermatologista Maria Leide Wand Del Rey de Oliveira, do Ministério da Saúde, explicou que a equipe de saúde precisa estar preparada para reconhecer os sinais iniciais da doença. “É uma área que requer sensibilidade e expressão clara das ações em campo. Ao examinar os casos familiares, é possível perceber os primeiros sinais da doença. Quando os casos são simples, os pacientes podem ser diagnosticados e tratados na unidade básica de saúde. Porém, nos casos mais complicados, eles são encaminhados para uma referência, onde um especialista irá avaliar a situação e mandar de volta para a unidade básica, que acompanhará o tratamento e os contatos”, afirmou.

“O ideal é que todos os distritos tenham profissionais capacitados e treinados para lidar com essa doença. Quanto mais precoce o diagnóstico, melhor, pois evita a progressão da doença e as deformidades físicas. Dessa forma, a pessoa pode ser curada sem se sentir mutilada. Embora não exista uma unidade perfeita e com todos os especialistas necessários, é importante ter uma referência para tirar dúvidas e realizar os encaminhamentos necessários. No entanto, falta uma efetiva comunicação entre referência e contra referência”, completou Leide.

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Já o conselheiro Lidiston Pereira indagou se existiria um itinerário pré-estabelecido para que a população pudesse saber antecipadamente sobre a vinda da unidade móvel. Dra. Leide afirmou que são ações pontuais do Ministério da Saúde, respeitando a estrutura hierárquica dos municípios, justamente para suprir a precariedade encontrada nas regiões, mas que ainda não há um itinerário fechado.

Estiveram presentes ainda os conselheiros Júlio Quima, Gabriele Parajara, Amanda Bittencourt e Sueli da Silva. Suerli Costa Oscar e Brenda Silva de Menezes são representantes do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN) no Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro. O MORHAN conta com 43 Anos de ativismo nacional e internacional no enfrentamento à hanseníase.

Suerli Costa ressalta a importância que o Movimento tem nos conselhos municipais e estaduais na visibilidade das ações na Atenção Primária à Saúde.

“Movimento e conselhos unem esforços por meio da educação popular para diagnóstico precoce, recuperação da saúde e qualidade de vida. O Projeto Roda-Hans recebe o reconhecimento pela excelência do trabalho na Saúde Pública do Brasil”, disse Suerli.

Daniel Spirin Reynaldo/Ascom CES-RJ