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Em tempos de redes sociais, em que informações sobre qualquer assunto são encontradas facilmente, cresce também o acúmulo de notícias falsas que são divulgadas como verdade. As famosas “fake news” são abordadas, sob diferentes perspectivas, no volume 12, número 1, da Reciis. Nele, Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques (Fiocruz/Brasília) traz uma nota de conjuntura sobre a propagação de informações e notícias falsas a respeito da epidemia de febre amarela que o país tem vivido nos últimos meses e suas consequências danosas para a saúde.

Igor Sacramento, editor científico da revista, mostra em seu editorial como enxergamos a verdade nos tempos atuais: “Na contemporaneidade, estamos passando de um regime de verdade baseado na confiança nas instituições para outro regulado pelos dogmas, pela intimidade, pela experiência pessoal”. Usando como exemplos o movimento terraplanista e a difamação sistemática envolvendo a vereadora Marielle Franco, desde seu assassinato em março deste ano, o editor nos mostra como a generalização da crença se dá, não pela obtenção da verdade, e sim, pela experiência pessoal e pelos dogmas compartilhados num determinado grupo.

Integram também esta edição um estudo a respeito da construção do imaginário sobre os profissionais de saúde, em especial, os médicos em séries de TV norte-americanas (heróis ou humanos?); e uma análise da repercussão do Programa Mais Médicos na revista IstoÉ. Outro artigo antepõe a noção de valor-notícia à de valor-saúde, que, diferentemente daquela, constrói a hierarquização para as notícias de saúde a partir da análise de políticas de saúde e de dados de morbimortalidade. Um mapeamento terminológico sobre radiologia obstétrica é realizado de modo a contribuir para indexação e recuperação de laudos na área. O uso de aplicativos móveis no cuidado com a saúde de idosos e a qualidade da informação sobre HPV em sites brasileiros são objeto de análise de dois outros artigos.

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