Na tarde de segunda-feira (06), a Frente Parlamentar em Defesa da Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora promoveu um debate público no Plenário da Câmara do Rio para abordar a situação dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerests) na cidade. O debate, liderado pelo vereador Paulo Pinheiro (PSOL), presidente do colegiado, contou com a participação de representantes da prefeitura, sociedade civil, sindicatos e grupos de pesquisa universitários, bem como de representantes do Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro. Durante o evento, Pinheiro propôs um encontro com a Secretaria Municipal de Saúde e o Fórum Intersindical do Rio de Janeiro para esclarecer questões relacionadas aos recursos direcionados aos Cerests, bem como as condições precárias de trabalho nessas unidades.

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Fotos: Flávio Marroso e Renan Olaz/CMRJ

Na oportunidade, foi apresentado um panorama das três unidades dos Cerests na cidade, destacando a falta de equipamentos e pessoal devido à ausência de concursos públicos e ao processo de aposentadoria de funcionários.

Daniele Moretti, presidente do CES/RJ, falou sobre as condições precárias dos trabalhadores, especialmente daqueles no setor comercial e da saúde. Ela mencionou que muitos trabalhadores sequer conhecem a existência dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerests), que deveriam ser responsáveis por cuidar da saúde desses profissionais.

Daniele relatou que, no Fórum Intersindical do qual participa, eles têm discutido muito sobre as doenças relacionadas ao trabalho e a falta de sensibilidade do poder público em relação a esses problemas. Ela enfatizou que os trabalhadores adoecem e morrem em seus locais de trabalho, mas são tratados apenas como “números estatísticos”, sem receber a devida atenção e assistência.

A principal queixa de Daniele foi a falta de comprometimento do poder público em resolver essas questões. Ela disse que os sindicatos e representantes dos trabalhadores batem constantemente à porta das autoridades competentes, mas recebem respostas evasivas, com a alegação de que o problema não é de sua alçada.

Daniele também criticou a disparidade de tratamento que os trabalhadores recebem em comparação a outros bens e interesses da sociedade. Ela mencionou que objetos e bens de consumo têm maior prioridade e proteção do que a própria vida dos trabalhadores.

Ao final da sua fala, Daniele agradeceu aos presentes, especialmente aos sindicalistas, por estarem unidos nessa luta em defesa dos direitos e da saúde dos trabalhadores. Ela expressou a esperança de que, juntos, possam mudar essa realidade no Rio de Janeiro.

Também estiveram presentes os (as) conselheiros (as) Julio Quima, Verônica Ferreira, Alecir de Jesus, Deise Sanches, Irene Mello e a representante da CISTT/CES/RJ, Norma.

Daniel Spirin Reynaldo/Ascom CES-RJ