A Fundação Mundo Azul – Programa de Cuidados para portadores do TEA (Transtorno do Espectro Autista) levantou uma questão importante na reunião Ordinária do CES/RJ, dia 14/07: lembrou a Lei 6169, de dois de março 2012, que prevê a criação de Centros de Reabilitação Integral para Deficientes Mentais e Autistas no Estado do Rio de Janeiro.

 

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José Carlos Pitangueira, consultor da Fundação Mundo Azul

 

José Carlos Pitangueira Filho, consultor voluntário para políticas públicas de saúde da Fundação Mundo Azul, disse por que é urgente que se implemente esta lei: “Quanto mais cedo for o diagnóstico (antes dos três anos), mais eficaz será o tratamento e melhor o prognóstico. Não existem políticas públicas com relação ao autismo. As ações relativas ao autismo tem que ser centralizadas e não temos profissionais preparados para atender os autistas”.

Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou autismo é um transtorno de desenvolvimento que geralmente aparece nos três primeiros anos de vida e compromete as habilidades comportamentais, de socialização e de comunicação. No Brasil, não existem programas de diagnostico precoce, ou até mesmo tardio. Estima-se que o país tenha dois milhões de autistas, 80% deles sem diagnóstico. E no Rio, entre 160 a 180 mil autistas.

A Fundação Mundo Azul é formada por pais de Autistas e foi criada para dar visibilidade e chamar a atenção da sociedade sobre o autismo. O consultor José Carlos também é pai da adolescente autista Carolina, de 13 anos. “O primeiro passo é fazer com que as pessoas conheçam o autismo. Não é só o autista que precisa de um olhar da sociedade. Toda família precisa”, acrescentou.

 

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Luciano Aragão, membro fundador da fundação.

 

A visita ao CES/RJ contou também com um dos membros fundadores da Fundação Mundo Azul, Luciano Aragão, pai de João Pedro, também autista, de 11 anos. “Quando um pai recebe o diagnóstico de autismo para seu filho é como se tudo que ele tinha imaginado para este filho se perdesse. Depois, vem o medo do futuro porque ele está criando uma pessoa que precisa muito dele. Um dia, quando ele vier a falecer, essa pessoa ficará sozinha. Como preparar uma sociedade que não conhece quase nada sobre o autismo e que tem preconceitos para receber esta pessoa e, pior, que não sabe como se comportar e cuidar de uma pessoa com autismo? É preciso que a sociedade e o governo tenham políticas de saúde, educação, trabalho, emprego e lazer para receber essa pessoa na sociedade. Essa é a grande luta da Fundação Mundo Azul”, disse.

A apresentação da Fundação Mundo Azul foi encaminhada para todos os conselheiros do CES/RJ, assim como a Lei nº 6169, que fala sobre a implantação dos Centros de Reabilitação para Autistas. O assunto ainda não se esgotou e será pauta da próxima reunião ordinária do Conselho Estadual de Saúde, que convidará Área Técnica da Secretaria Estadual de Saúde e os representantes da Fundação Mundo Azul para discutirem com mais detalhe o assunto.

 

Mais informações: www.mundoazul.org.br/novo

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